Setembro de 1186, é confirmada a carta de foral atribuída, por D. Sancho I, à vila da Covilhã. Para trás ficava um passado envolto em lendas que nos falam de Julião, Florinda ou Sília Hermínia.
A Covilhã passava a ser o centro de um extenso concelho que compreendia o território desde a encosta Oriental da Serra da Estrela até ao Porto de Ródão. O foral da Covilhã enquanto carta de privilégios e obrigações consagrava, condições convidativas à fixação de população no território, incentivando à pastorícia que se tornaria em motor de desenvolvimento local.
No início do século XII, o mosteiro cisterciense de Santa Maria da Estrela coloca o seu enfoque na estruturação fundiária e o espírito missionário chega à urbe pelos franciscanos que em 1235 fundaram o convento de S. Francisco na Covilhã.
Em 1415 D. João I concede ao Infante D. Henrique, o Senhorio da Covilhã. A acção do Infante ter-se-á forçosamente reflectido na esfera local. Terras e indivíduos sob a sua jurisdição terão beneficiado das diligências por si efectuadas. Cite-se a título de exemplo que dos navegadores ao seu serviço, nove eram da Covilhã. Iniciaram-se os Descobrimentos e da Covilhã saíram gentes para os quatro cantos do mundo: Pero da Covilhã, os irmãos Francisco e Ruy Faleiro, José Vizinho, Frei Pedro da Covilhã, Rodrigo de Castro, Francisco Álvares, Francisco Cabral, Fernão Penteado entre tantos, tantos outros. Em 1528, nasceria na Covilhã Frei Heitor Pinto, amante da cultura renascentista e humanista.
Em 1510 D. Manuel concede-lhe novo foral confirmando a sua importância. Em 1570 D. Sebastião confere, à Covilhã, o título de “notável” pela sua importância económica e em reconhecimento dos grandes serviços prestados à coroa, em 1573 é publicado o novo regimento da “fábrica dos panos”.
Na centúria seguinte, a indústria de lanifícios ganha uma maior dinâmica a partir da instalação da “Fábrica Nacional de Sarjas e Baetas” constituindo a primeira manufactura de Estado fundada na Covilhã, por intervenção do Conde da Ericeira.
No início do século XVIII, a população da Covilhã, é estimada em 4000 habitantes, grande parte destes desenvolvia uma actividade ligada ao têxtil. Em 1764, no âmbito da política de fomento pombalino assente na concentração e modernização de produção de lanifícios nacional é instituída a “Real Fábrica de Panos da Covilhã”.
Em 1779, D. Maria I criava, no convento de São Francisco, uma nova escola pública de ler, escrever e contar e em 1790 a casa dos Ministros, residência dos três magistrados locais, é transferida para um novo edifício.
Em 1860 é instalada a Estação de Telégrafo-postal e inaugurada a iluminação pública, quatro anos depois, é publicado o “Comércio da Covilhan”, o primeiro jornal local. Nesse mesmo ano é decretado por João Crisóstomo da Silva, ministro das Obras Públicas, a criação de uma Escola Industrial, que só se viria a concretizar em 1884 por decreto de António Augusto de Aguiar.
Em 1870 a Covilhã era elevada à categoria de cidade. D. Luís ao atribuir-lhe esta nova categoria demonstrava o sucesso da política de fomento industrial previsto por Costa Cabral.
O início do século XX ficaria marcado pela construção do novo hospital da Misericórdia em 1908, e do jardim público. Em 1913 é fundado o animatógrafo Herminius Terrace, um dos primeiros estabelecimentos para a exibição pública de cinema. Sucede-se a instalação de novos serviços e estabelecimentos comerciais.
Na década de 50 é remodelada a praça do município sendo construído o novo edifício dos paços do Concelho, o teatro Cine, a estação de CTT e a C.G.D.
Será no entanto em 1973, com o Instituto Politécnico da Covilhã que se viria a reconverter em Universidade da Beira Interior em 1986, que a cidade passaria a ganhar uma nova vertente académica que se tornaria no seu principal motor de desenvolvimento.
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